3 de jan. de 2013

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Enganada

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Enganei-me, pensei que podia amar sem sofrer.
Mandar nas minhas reações, calcular meus gestos.
Predefinir minhas emoções.
Pensei que me calando, meus olhos diriam tudo que era necessário
Proteger-me-iam do que temia
Prenderiam a mim o que eu desejava.

Acreditei que tinha em minhas mãos as rédeas sobre minha emoções
Que podia coordenar meus pensamentos na ordem que desejasse
Que saberia manter fixo o meu olhar em qualquer coisa
Que ajudasse a não me entregar.
Acreditei mesmo não iria nunca mais me dar.

Enganei-me.
Sofri sem reconhecer que amava
Fui controlado por minhas emoções, guiada pelos meus gestos
O que meus olhos disseram ficou enfim subtendido
Armaram uma cilada. Envolveram-se eles próprios em mim

Excluindo você, a emoção se fez senhora.
E coordenou meus pensamentos, mandou em meus olhos
Fez-me escrava do amor, entregou-me a ti.
Sofri sem aceitar amar. Amei sem saber.

 




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